Certificação LEED para residências chegará ao Brasil
O Green Building Council Brasil começará, em 2010, o processo de adaptação do LEED for Homes, ferramenta da certificação LEED para construções residenciais, a fim de disponibilizá-la aos profissionais brasileiros em 2011.
O anúncio foi feito pelo diretor da consultoria Ecobuilding, Antônio Macêdo Filho, durante um encontro, promovido pela EcoBuilding em abril, entre construtores e incorporadores brasileiros com o Arq. Rives Taylor, diretor de Sustentabilidade em Projetos da empresa de arquitetura estadunidense Gensler e professor da Universidade do Texas.
"Essa ferramenta ainda não está disponível para o Brasil, porque as técnicas construtivas brasileiras para residências são muito diferentes das usadas nos EUA, onde o LEED surgiu", disse Macêdo."Porém, o GBC Brasil está começando a adaptá-la às nossas necessidades e esperamos que ela esteja disponível em 2011", afirmou.
A ferramenta LEED for Homes é uma das cinco que a certificação LEED oferece para buscar a melhoria na eficiência das construções e é a única que ainda não está disponível para os profissionais brasileiros.
Além da LEED for Homes, fazem parte do LEED as ferramentas "Building, Design + Construction" (BD + C), destinado a novas construções, a "Interior Design e Construction" (ID + C), voltado à interiores comerciais, a "Operations e Maintenance" (O + M) exclusiva para prédios já existentes e que orienta os processos de retrofit, e a "Neighborhood Development" (ND) destinada ao planejamento de infra-estrutura e urbanismo do entorno da obra.
"A O+M deve ser refeita a cada três anos, pois as coisas mudam muito rapidamente", disse Taylor, "o que garante a competitividade com outros prédios". Segundo ele, as residências são o lugar mais fácil para verificar a redução dos custos e a eficácia dos métodos implantados com a certificação LEED.
As cinco ferramentas propõem ações práticas para categorias pré-definidas, como o entorno da obra, energia e atmosfera, materiais, qualidade do meio interno, inovação e design, eficiência no uso de água e prioridade regional.
De acordo com o número de itens que são atendidos pela obra em cada categoria a edificação atinge um patamar de certificação. Se ela obtiver entre 40 e 49 pontos, obtém o selo "certified", até 59 pontos, a "silver", até 79 a "golden" e mais de 80 pontos a "platinum".
"É muito difícil obter uma certificação LEED", disse Taylor. "O empreendedor tem que olhar para energia, água, materiais, impacto no entorno, qualidade da obra, o que dificulta o processo construtivo e o torna mais demorado".
Taylor garante que o investimento vale a pena. Segundo o arquiteto, o objetivo do LEED é tornar o a edificação eficiente no longo prazo, reduzindo o uso de combustível e o custo energético anual.
Para isso, o Green Building Council aposta em design sustentável, como um aspecto fundamental para a instalação de boas práticas em design.
"O design sustentável é aquele que busca eficiência em recursos como água, energia e materiais, a prevenção da poluição do solo, água e ar, a saúde e conforto dos usuários, principalmente em qualidade do ar, uso de luz natural e conforto térmico e a adaptação do projeto às condições regionais em que a obra será implantada".
O diretor afirma que o crescimento das construções verdes no mundo e nos Estados Unidos é uma realidade, chegando a registrar um aumento de investimentos de US$ 60 bilhões entre 2009 e 2010 em construções verdes no país.
"É um mercado que cresce 14,2% ao ano num universo de US$ 10 trilhões nos EUA. "Entre os motivos para esse crescimento, Taylor elenca o fato das construções verdes reduzirem o seu impacto no meio ambiente, o custo operacional da edificação e pelo fato de que as empresas estão percebendo que, para seus funcionários, principalmente os da geração Y, faz muito sentido atuarem em um ambiente saudável e sustentável. "O Green Design será a prática padrão para a próxima geração, este é o futuro", afirmou.
O arquiteto estima que para cada US$1 investido em uma construção, cerca de US$50 são gastos na sua operação e que este mesmo US$1 quando investido em uma construção verde pode representar até US$400 em benefícios ao longo da sua vida útil, especialmente em saúde e bem-estar dos usuários.
O diretor da Gensler frisou ser importante que todo o conjunto da obra incorpore os conceitos de construção verde e não apenas um ou outro aspecto. "A estratégia da sustentabilidade é como uma grande lavoura, onde não é apenas um produto que irá garantir o sucesso e sim todo o conjunto, trabalhando junto". As construções são responsáveis pelo consumo de um terço da energia no mundo e, nos EUA, por dois terços da eletricidade usada nos país, o que corresponde a US$220 bilhões em custos anuais segundo o United States Departament of Energy (DOE).
O órgão registrou também que cada americano gasta cerca de 340 galões de água potável por dia, o que significa cerca de 700 litros. Taylor garante que deste volume, 90% são usados em descargas dos sanitários, que poderiam usar água não potável.
"Estamos perdendo o acesso à água potável", disse. "Sem água, não podemos resfriar as turbinas que geram energia a partir de combustíveis fósseis."
O arquiteto estima ainda que para cada metro quadrado construído nos EUA são descartados entre 4,3 e 7,6 quilos de material, considerando embalagens, resíduos e material de sobra.
Para o arquiteto, os EUA representam um grande espaço para a implantação de técnicas sustentáveis de construção, como uma forma de levar a população a um consumo mais consciente e ponderado dos recursos naturais. "Podemos nos sair muito bem fazendo bem investindo em design sustentável".
O Green Building Council Brasil começará, em 2010, o processo de adaptação do LEED for Homes, ferramenta da certificação LEED para construções residenciais, a fim de disponibilizá-la aos profissionais brasileiros em 2011.
O anúncio foi feito pelo diretor da consultoria Ecobuilding, Antônio Macêdo Filho, durante um encontro, promovido pela EcoBuilding em abril, entre construtores e incorporadores brasileiros com o Arq. Rives Taylor, diretor de Sustentabilidade em Projetos da empresa de arquitetura estadunidense Gensler e professor da Universidade do Texas.
"Essa ferramenta ainda não está disponível para o Brasil, porque as técnicas construtivas brasileiras para residências são muito diferentes das usadas nos EUA, onde o LEED surgiu", disse Macêdo."Porém, o GBC Brasil está começando a adaptá-la às nossas necessidades e esperamos que ela esteja disponível em 2011", afirmou.
A ferramenta LEED for Homes é uma das cinco que a certificação LEED oferece para buscar a melhoria na eficiência das construções e é a única que ainda não está disponível para os profissionais brasileiros.
Além da LEED for Homes, fazem parte do LEED as ferramentas "Building, Design + Construction" (BD + C), destinado a novas construções, a "Interior Design e Construction" (ID + C), voltado à interiores comerciais, a "Operations e Maintenance" (O + M) exclusiva para prédios já existentes e que orienta os processos de retrofit, e a "Neighborhood Development" (ND) destinada ao planejamento de infra-estrutura e urbanismo do entorno da obra.
"A O+M deve ser refeita a cada três anos, pois as coisas mudam muito rapidamente", disse Taylor, "o que garante a competitividade com outros prédios". Segundo ele, as residências são o lugar mais fácil para verificar a redução dos custos e a eficácia dos métodos implantados com a certificação LEED.
As cinco ferramentas propõem ações práticas para categorias pré-definidas, como o entorno da obra, energia e atmosfera, materiais, qualidade do meio interno, inovação e design, eficiência no uso de água e prioridade regional.
De acordo com o número de itens que são atendidos pela obra em cada categoria a edificação atinge um patamar de certificação. Se ela obtiver entre 40 e 49 pontos, obtém o selo "certified", até 59 pontos, a "silver", até 79 a "golden" e mais de 80 pontos a "platinum".
"É muito difícil obter uma certificação LEED", disse Taylor. "O empreendedor tem que olhar para energia, água, materiais, impacto no entorno, qualidade da obra, o que dificulta o processo construtivo e o torna mais demorado".
Taylor garante que o investimento vale a pena. Segundo o arquiteto, o objetivo do LEED é tornar o a edificação eficiente no longo prazo, reduzindo o uso de combustível e o custo energético anual.
Para isso, o Green Building Council aposta em design sustentável, como um aspecto fundamental para a instalação de boas práticas em design.
"O design sustentável é aquele que busca eficiência em recursos como água, energia e materiais, a prevenção da poluição do solo, água e ar, a saúde e conforto dos usuários, principalmente em qualidade do ar, uso de luz natural e conforto térmico e a adaptação do projeto às condições regionais em que a obra será implantada".
O diretor afirma que o crescimento das construções verdes no mundo e nos Estados Unidos é uma realidade, chegando a registrar um aumento de investimentos de US$ 60 bilhões entre 2009 e 2010 em construções verdes no país.
"É um mercado que cresce 14,2% ao ano num universo de US$ 10 trilhões nos EUA. "Entre os motivos para esse crescimento, Taylor elenca o fato das construções verdes reduzirem o seu impacto no meio ambiente, o custo operacional da edificação e pelo fato de que as empresas estão percebendo que, para seus funcionários, principalmente os da geração Y, faz muito sentido atuarem em um ambiente saudável e sustentável. "O Green Design será a prática padrão para a próxima geração, este é o futuro", afirmou.
O arquiteto estima que para cada US$1 investido em uma construção, cerca de US$50 são gastos na sua operação e que este mesmo US$1 quando investido em uma construção verde pode representar até US$400 em benefícios ao longo da sua vida útil, especialmente em saúde e bem-estar dos usuários.
O diretor da Gensler frisou ser importante que todo o conjunto da obra incorpore os conceitos de construção verde e não apenas um ou outro aspecto. "A estratégia da sustentabilidade é como uma grande lavoura, onde não é apenas um produto que irá garantir o sucesso e sim todo o conjunto, trabalhando junto". As construções são responsáveis pelo consumo de um terço da energia no mundo e, nos EUA, por dois terços da eletricidade usada nos país, o que corresponde a US$220 bilhões em custos anuais segundo o United States Departament of Energy (DOE).
O órgão registrou também que cada americano gasta cerca de 340 galões de água potável por dia, o que significa cerca de 700 litros. Taylor garante que deste volume, 90% são usados em descargas dos sanitários, que poderiam usar água não potável.
"Estamos perdendo o acesso à água potável", disse. "Sem água, não podemos resfriar as turbinas que geram energia a partir de combustíveis fósseis."
O arquiteto estima ainda que para cada metro quadrado construído nos EUA são descartados entre 4,3 e 7,6 quilos de material, considerando embalagens, resíduos e material de sobra.
Para o arquiteto, os EUA representam um grande espaço para a implantação de técnicas sustentáveis de construção, como uma forma de levar a população a um consumo mais consciente e ponderado dos recursos naturais. "Podemos nos sair muito bem fazendo bem investindo em design sustentável".
Adaptado por Antonio Macêdo Filho a partir de texto de Fernanda Dalla Costa, para a Revista Sustentabilidade, abril 2010.
Texto de Antonio Macêdo Filho retirado do blog: Arquitetura e Sustentabilidade, de sua autoria.
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